LGPD e marketing: dicas para adequar as estratégias à legislação

A Lei Geral de Proteção de Dados, conhecida como LGPD, está em vigor no Brasil desde setembro de 2020. A legislação determina que organizações se adequem a ela quanto à coleta e uso de dados pessoais. Nestes dois anos, muitas empresas já realizaram mudanças em sua forma de comunicação e marketing para atender a LGPD.

O marketing é uma das áreas afetadas por estas modificações, já que a maior parte das ferramentas de estratégia utilizadas para atração, retenção e fidelização de clientes coleta e utiliza os dados pessoais deles.

Por isso, é importante que os profissionais de marketing estejam atentos às exigências da LGPD e estudem sobre o assunto para colocar em prática as iniciativas necessárias, começando com a adequação de landing pages e formulários de consentimento para o envio de e-mails marketing e anúncios patrocinados.

Neste artigo não falaremos a fundo sobre as obrigações previstas na Lei, mas trouxemos algumas dicas de como o marketing pode colocar mudanças em prática para adequação à LGPD. Confere aí:

Bases legais de leads

É preciso entender que os dados de leads que você possuía antes precisam se adequar às novas regras. A LGPD exige que se encontre uma hipótese da lei que autorize essa comunicação, também chamadas de bases legais.

Isso quer dizer que a legislação possui uma lista com 10 bases legais que autorizam empresas a utilizarem os dados que possuem. As três bases legais mais utilizadas para fins de marketing são: de consentimento, legítimo interesse e contratos.  

Entender o conceito e funcionamento das bases legais é muito importante para garantir que não mantenha uma comunicação com contatos de forma proibida.

Coleta de dados necessários

Os principais pontos tratados pela LGPD são a coleta e a minimização do uso de dados pessoais. Por isso, ao realizar esta solicitação, procure coletar apenas as informações e dados mais relevantes, que sejam realmente necessários para atender os objetivos da empresa com aquela pessoa.

Os cookies são importantes

Os cookies são identificadores que ficam salvos no navegador de quem visita a página de determinada empresa. Apesar de muitos estarem falando de um possível fim dos cookies, eles ainda são utilizados para mensurar audiência da página e monitorar o comportamento do usuário no site. 

Por isso, é preciso ter cuidado. Afinal, a LGPD considera determinados tipos de cookies como sendo dados pessoais, já que são um conjunto de informações que possam vir a identificar uma pessoa.

Então, para se adequar à lei, é necessário ler mais sobre o que ela diz em relação aos cookies e elaborar a adequação das estratégias que envolvam esta tecnologia.

Cuidado com a estratégia de prospecção

Por último, mas não menos importante, estão as estratégias de prospecção de clientes, que são muito utilizadas no dia a dia dos profissionais de marketing. Dessa forma, é necessário tomar bastante cuidado neste processo para não realizar práticas que podem ser consideradas invasivas ou discriminatórias. 

Um dos exemplos mais comuns e que ainda vemos por aí é a compra de listas de contatos feitas por empresas que reúnem e vendem as informações de consumidores na internet. Esse é um modelo de prática incompatível com as determinações da LGPD.

Existem muitas formas de atrair a atenção do consumidor espontaneamente, sem precisar recorrer a mecanismos invasivos. Por isso, o ideal a se fazer em casos de aquisição e prospecção de contatos é rever as suas estratégias e esta ação requer certo cuidado.

No fim das contas, o objetivo da LGPD é de que as empresas sejam mais verdadeiras e transparentes nas relações com seus leads e clientes. E apesar de ser um processo um pouco complexo e cheio de detalhes, a adequação a essa legislação traz benefícios para ambos os lados.